segunda-feira, 18 de novembro de 2013

O mito do atletismo que derrubou a tese de Hitler


Mais do que quebrar recordes, ele venceu o terrível preconceito.

No dia 12 de setembro deste ano, o gigante do atletismo Jesse Owens completaria 100 anos.

Jesse nasceu na cidade Oakville, no estado de Alabama, nos Estados Unidos. Era o caçula dos dez filhos (três meninas e sete meninos) do casal de agricultores Henry Cleveland Owens e Emma Mary Fitzgerald. No ensino fundamental, seu professor de educação física, Charles Riley, foi quem notou o talento do jovem para o esporte.

O atleta americano entrou para a história ao conquistar 4 medalhas de ouro nas Olimpíadas de 1936, em Berlim, na Alemanha.

Mas engana-se que o único adversário que Jesse precisou encarar tenha sido os demais competidores da época.

Na escola, Owens sentiu na pele o preconceito. Anos mais tarde, por ser negro, não conseguiu, por exemplo, permissão para morar no campus da universidade de Ohio.

O início de sua brilhante trajetória, em termos de resultado, foi em 1933. Owens venceu 75 das 79 provas que disputou, e bateu o recorde mundial das 100 jardas, que correu em 9s40. Depois de tantos bons resultados, recebeu inúmeras ofertas de bolsa de estudos - paralelamente à escola, ele trabalhava como engraxate. Sua escolha foi a Ohio State University.

 
Mas a questão racial sempre permeou a vida de Owens, e acabou sendo louvado como o homem que enfrentou o “poderoso” Hitler.


Lenda Jessen Owens fez história no atletismo e superou o racismo  (Foto: Getty Images)


Isto porque, na Olimpíadas sediada pelos alemães, em 1936, o evento esportivo foi utilizado por Adolf Hitler para alavancar a propaganda do Nazismo, mas o discurso racista (teoria da superioridade branca) pregado pelo partido alemão acabou desmentido pela grande performance de Owens.Além de conquistar as quatro medalhas de ouro na Olimpíada de Berlim, Owens também bateu os recordes mundiais dos 200 m e do salto em distância
 

Alguns historiadores da época, relatam que o ditador (Hitler), inconformado com a incrível atuação de um atleta negro, deixou o Estádio Olímpico enfurecido e se negou a cumprimentar Owens. Há quem diga que o americano recebeu os cumprimentos de Hitler longe do pódio, nas tribunas.
 
Na volta para casa, depois de desfilar pelas ruas de Nova York, foi convidado a ir até o hotel Waldford Astoria, um dos mais luxuosos da cidade, onde seria homenageado. Ao chegar, foi instruído a utilizar o elevador de serviço. Os elevadores sociais eram reservados para as pessoas brancas.

A maior conquista de Owens não foi se contrapor ao regime hitlerista, mas sim abalar a noção racista da nação americana no século XX, pois, como ele mesmo deixou bem claro em sua biografia. Ele declarou que o que mais o magoou não foram as atitudes de Hitler, mas o fato do então presidente americano Franklin Delano Roosevelt não ter lhe mandado sequer um telegrama felicitando-o por suas conquistas na olimpíada. Owens teria dito mais tarde: "É verdade que Hitler não me cumprimentou, mas também nunca fui convidado para almoçar na Casa Branca. Depois de tudo aquilo, voltei para o meu país, um lugar onde eu não podia sentar na parte da frente de um ônibus. Eu tinha que ir para o fundo. Eu não podia viver no lugar que eu quisesse. Então, qual era a diferença (entre a Alemanha nazista e os EUA segregacionista)?", questionou.

Owens morreu de câncer no pulmão, em 1980, aos 66 anos, em Tucson, no Arizona.
Confira algumas imagens das Olimpíadas de Berlim, em 1936.
 



Fica aqui a homenagem de todos os membros do blog a um dos maiores atletas que o mundo produziu.

Viva Jesse Owens!

Diga não ao racismo!

Até a próxima.



 

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